quinta-feira, 24 de maio de 2007

Globalização e Educação - Ensino Superior

Os processos de globalização parecem ter expandido ate ao Ensino Superior, transmitindo-lhes uma lógica de mercado e para o mercado. Um processo que parece advir da sociedade de ideologia tecnocrática.
Uma das estruturas responsáveis pelo globalismo localizado ao nível das políticas educativas é a OCDE, que revela uma posição de mandato e legitimação face às políticas educativas nacionais. Esta tem como objectivo, ao nível educativo, a devida qualificação dos indivíduos para que estes contribuam para o desenvolvimento de uma economia sustentável e para a coesão social.
A OCDE tem realizado diversos exames às políticas educativas, uma primeira intervenção aconselhando sobretudo ao aumento da qualificação dos portugueses, o que voltou a acontecer no segundo exame, neste caso as recomendações recaíram sobre a criação de cursos tecnológicos.
O último relatório aponta para uma série de reformas ao nível do sistema de ensino superior, que à partida empreenderam o crescimento e desenvolvimento económico. As recomendações passam pela abertura das instituições de ensino superior à sociedade, permitindo que as actividades (de investigação e formação) que desenvolvem sejam adequadas às necessidades do mercado e aos diversos interesses existentes.
Um dos pontos-chave deste relatório é a importância impressa no sistema de contratualização institucional. Estes pretendem responder a uma série de questões, como a autonomia institucional (pedagógica, cientifica, administrativa, entre outras), financiamento institucional, e as possibilidade que oferecem para possíveis alterações ao estatuto legal das instituições [esta ultima questão que diversas forças nacionais insistiram em chamar de fundações de direito privado].
Assumindo também um papel muito importante, e que de modo algum poderá estar dissociado de um sistema de contratualização, é a prestação de Contas por parte da instituição. Pois permite avaliar os diversos parâmetros da qualidade institucional, apoiar e promover o desenvolvimento institucional, bem como orientar para uma crescente responsabilização institucional.
De destacar também a necessidade de um contexto competitivo entre as instituições, de modo a que estas utilizem a pressão dos pares para estimular a investigação e inovação.
Fica então a ideia da necessidade de um sistema ensino superior aberto à sociedade e que contribua para o seu desenvolvimento. Num modelo de responsabilização para com esta. Mas sem esquecer, que a responsabilidade não parte só da universidade para com a comunidade, mas também o inverso. Em que os mais diversos sectores da sociedade devem contribuir para a construção de um sistema de ensino superior eficiente.

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