quinta-feira, 24 de maio de 2007

Globalização

O fenómeno da globalização pode ser entendido como "intensificação das relações sociais que ligam localidades distantes, de tal forma que acontecimentos locais são influenciados por acontecimentos que ocorrem em locais muito distantes", em que este "procura traduzir a crescente interdependência mundial a nível económico, político e cultural" (Seixas, 2003, p.18).
Se à partida este processo parece simples, para alguns autores, nomeadamente segundo Boaventura de Sousa Santos (2001), a ideia da globalização é entendida como obscurante para a compreensão do que se passa no mundo. É que a suposta transparência e simplicidade deste processo deverá ser encarado como um mecanismo ideológico e políticos. Segundo o autor está dotada ainda de intencionalidades específicas, nomeadamente (Santos, 2001, p.57):
· Este processo não é espontâneo, irreversível e não é dotado de uma dinâmica própria. É antes resultado de um conjunto de decisões políticas, adoptadas pelos Estados Centrais, conhecida por Consenso de Washington.
· A ideia de que se iria diminuir as assimetrias existentes. No entanto, as assimetrias regionais e dentro de cada país tendem a aumentar.

De certo modo, a ideia de desenvolvimento a uma escala global é recente, tendo em conta que, como é defendido por Teodoro (2001), o Estado – nação assumiu um espaço privilegiado no pós segunda guerra, em que o desenvolvimento via neste espaço a unidade fundamental, não só na mobilização das comunidades como também no veículo primordial para a modernização. Não obstante de os espaços nacional e o internacional se encontrarem interligados.
Apesar disso, o Estado – nação deixou de ser capaz de conduzir este processo, que passou a depender cada vez mais do mercado mundial. Que, citando (Teodoro, 2001, p148) “que tem no Consenso de Washington (1993) os seus dez mandamentos: disciplina fiscal, prioridades na despesa publica, reforma fiscal, liberalização financeira, taxas de câmbio, liberalização do comércio, investimento estrangeiro directo, privatização, desregulação e direitos de propriedade”.

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